Por Ricardo Roveran, Terça Livre
Terminou na segunda-feira (4/11) o prazo de 48 horas dado por manifestantes para que o presidente boliviano reeleito, Evo Morales, renuncie ao cargo. O país enfrenta 15 dias de protestos, iniciados com a vitória de Morales em primeiro turno nas eleições presidenciais. Foram contabilizadas duas mortes com os protestos.
Os protestos são fruto da indignação de milhares de bolivianos com o resultado das eleições gerais, em 20 de outubro, que tiveram uma apuração confusa e suspeitas de fraude. No dia das eleições, o sistema de contagem rápida de votos do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia havia antecipado um segundo turno entre Morales e seu principal opositor, Carlos Mesa.
No entanto, após a temporária suspensão das apurações, que suscitou suspeitas e reclamações, o TSE anunciou uma mudança de tendência e finalmente declarou a vitória de Morales no primeiro turno com 47,08% dos votos, contra 36,51% de Mesa.
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A lei boliviana atribui a vitória no primeiro turno com mais de 50% dos votos ou com 40% e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo.
Em um primeiro momento, Carlos Mesa pedia a realização de um segundo turno das eleições, agora, pede a anulação das eleições. Líderes de comitês cívicos de oito regiões do país também pedem a anulação das eleições e a renúncia de Evo Morales.
No último sábado (2), Fernando Camacho, presidente do Comitê Cívico Pro Santa Cruz, afirmou que Morales teria 48 horas para renunciar ao cargo. Ele disse que tirarão Morales do poder “com fé em Deus, com o povo mobilizado e sem nenhuma bala”.
Evo Morales convocou uma reunião de emergência no domingo (3), com a participação do vice-presidente, Álvaro García Linera, de alguns ministros e de representantes de movimentos sociais, para avaliar a situação.
Uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) realiza, desde a quinta-feira passada (31) uma auditoria no país. A missão, que conta com 30 especialistas, tem o objetivo de verificar se houve manipulação de dados e fraude em favor do partido Movimento ao Socialismo (MAS), do atual presidente, Evo Morales. O resultado da auditoria deve ser divulgado na próxima semana.
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