Delegação norueguesa visita Venezuela, mas Guaidó ressalta postura ditatorial de Maduro

Por efe
10 de enero de 2020 7:42 PM Actualizado: 10 de enero de 2020 7:42 PM

Caracas, 10 jan – Uma delegação do governo da Noruega fará uma visita à Venezuela nesta sexta-feira, mas a oposição liderada por Juan Guaidó não está disposta a recebê-los para discutir um novo processo de diálogo com o regime de Nicolás Maduro.

Para a equipe de Guaidó, considerado como presidente interino da Venezuela por quase 60 países, entre eles o Brasil, o chavismo bloqueou todas as tentativas de se discutir uma solução negociada para a crise. As últimas conversas entre as partes ocorreram em Barbados, com mediação de diplomatas noruegueses.

«Reiteramos que o processo (de negociação) de Oslo-Barbados foi encerrado e, portanto, não vamos participar de nenhuma reunião», afirmou o Centro Nacional de Comunicação, ligado a Guaidó, em comunicado.

A equipe de Guaidó foi notificada pela comissão de noruegueses sobre a vinda deles a Caracas, mas ainda não há detalhes sobre quem são os integrantes da delegação e o objetivo da visita à Venezuela.

LUTA PELA ASSEMBLEIA NACIONAL

Os opositores afirmam que o governo de Maduro impediu a elaboração de qualquer solução negociada para resolver a crise. Para eles, isso ficou provado no último domingo, quando forças de segurança comandadas pelo chavista impediram a entrada de Guaidó e aliados na Assembleia Nacional, que no dia escolhia sua nova diretoria.

Sem a presença de Guaidó, deputados chavistas e dissidentes da oposição, acusados de terem sido comprados pelo governo para apoiar Maduro, elegeram Luis Parra como presidente do parlamento.

A votação foi contestada por Guaidó e por vários governos da região, entre eles Argentina e México, que adotam postura mais cautelosa em relação à Venezuela do que países como o Brasil e os Estados Unidos.

Guaidó foi reeleito presidente da Assembleia Nacional em uma votação realizada na sede do jornal «El Nacional» com a presença só de opositores.

Os opositores consideram o parlamento liderado por Guaidó como a «única instituição que goza de legitimidade». Para eles, Maduro «decidiu bloquear todas as soluções políticas que o país deseja».

NEGOCIAÇÕES FRUSTRADAS

Guaidó deixou a última tentativa de diálogo com os chavistas em setembro do ano passado. A negociação era negociada pela Noruega, com reuniões celebradas na ilha de Barbados.

Antes da decisão dos opositores de deixar as conversas, Maduro havia suspendido as negociações em agosto ao afirmar que Guaidó estava comemorando sanções impostas pelos Estados Unidos a funcionários do governo chavista e a empresas venezuelanas.

A primeira conversa entre os dois grupos começou em setembro de 2017, na República Dominicana, e durou até janeiro de 2018. As conversas não evoluíram, e a oposição decidiu deixar a mesa de negociação depois de Maduro ter anunciado a convocação de novas eleições, processo que não é reconhecido até hoje por parte da comunidade internacional.

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