Washington, 20 dez – O representante especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, disse nesta sexta-feira que seu país não apenas manterá, como reforçará as punições contra o governo de Nicolás Maduro para que haja eleições.
«Nós vamos manter e reforçar as sanções. Esperamos que a União Europeia continue com sanções adicionais contra o regime. O regime de Maduro teme eleições livres, então é necessária pressão para que haja eleições livres para tirar a Venezuela da repressão e da pobreza», disse Abrams em entrevista coletiva do Departamento de Estado.
O representante especial lembrou que no ano que vem haverá eleições para renovar a Assembleia Nacional venezuelana, onde a oposição tem atualmente a maioria e que é liderada por Juan Guaidó, que em 2018 foi proclamado presidente interino do país e reconhecido por mais de 50 países, incluindo os EUA.
O diplomata denunciou que a Assembleia Nacional (NA) está sendo alvo do regime de Maduro para impedir que Guaidó seja reeleito como presidente da instituição e aderiu ao apelo da Alta Comissária das Nações Unidas, Michelle Bachelet, para voltar a uma situação de respeito aos direitos e liberdades e para libertar os detidos.
Em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU na quarta-feira, Bachelet manifestou preocupação porque a Assembleia Nacional Constituinte – um órgão legislativo paralelo controlado pelo governo – suspendeu a imunidade de quatro deputados.
O órgão tomou uma decisão semelhante há meses contra outros parlamentares, elevando o número total de legisladores sem imunidade para 30, vários dos quais estão no exílio.
Na opinião de Abrams, o governo de Maduro usa uma mistura de ameaças, prisões e propina para impedir a reeleição de Juan Guaidó como chefe da NA.
«O segundo passo será tomar o controle da NA, evitando eleições livres em 2020», advertiu o enviado especial, que enfatizou: «As pesquisas dizem que a oposição vencerá se as eleições forem livres».
Sobre possíveis negociações entre os dois países, Abrams declarou que o regime venezuelano não está preparado para uma discussão séria sobre as eleições presidenciais e a substituição de Maduro por eleições livres.
Ele acrescentou que atualmente o único contato que os EUA têm com o governo venezuelano é através da missão americana em Nova York. «Além disso, temos formas de enviar mensagens ao regime, mas não há conversas», salientou.
Desde a sua chegada à Casa Branca, em janeiro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou a pressão sobre Caracas e impôs sanções econômicas a mais de 100 funcionários de alto escalão próximos ao presidente Maduro, incluindo sua esposa, Cilia Flores.
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