Guaidó cria conselho para convocar eleições presidenciais na Venezuela

Por Agência Brasil - RTP (emissora pública de televisão de Portugal)
20 de septiembre de 2019 11:47 AM Actualizado: 20 de septiembre de 2019 11:47 AM

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela (AN), o opositor Juan Guaidó, anunciou a criação de um Conselho de Estado Plural, para convocar eleições presidenciais no país e impulsionar uma mudança de regime.

«Temos uma proposta concreta contra a usurpação, a fome e a miséria: a formação de um Conselho de Estado plural para atender o povo e convocar eleições presidenciais livres, justas, transparentes e garantias para todos», anunciou, através da sua conta no Twitter.

 O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, após encontro com embaixadores de países da União Europeia, na sede da delegação da União Europeia no Brasil.
Juan Guaidó anunciou a criação de um Conselho de Estado Plural para convocar eleições presidenciais na Venezuela (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Segundo ele, com a criação do conselho, a oposição ratifica o plano centrado numa mudança de regime no país.

A proposta conta «com o apoio de todos os setores sociais e políticos da Venezuela, a aprovação unânime da AN, o aval da comunidade internacional e o acompanhamento dos venezuelanos», disse.

«Ratificamos a nossa proposta de solução para a crise em nosso país. Que o usurpador diga ao seu entorno, às Forças Armadas e aos venezuelanos, que esta proposta, que já conta com o apoio do mundo livre, não é viável nem constitucional», sublinhou.

Segundo Guaidó, «se o regime pretende reincidir em farsas, apenas piorará o conflito». «Acelerar a mudança depende de todos, por isso estaremos unidos em todas as frentes, procurando mais apoio e pressão (contra o regime). Estamos perto da vitória da Venezuela!», afirmou.

Violações dos Direitos Humanos

Por outro lado, durante a instalação do Congresso Político da Frente Ampla para a declaração de Unidade Nacional, Guaidó anunciou que vai entregar à Organização das Nações Unidas (ONU) provas de violações dos Direitos Humanos na Venezuela.

Juan Guaidó acusou o presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Diosdado Cabello, de sabotar o acordo assinado na segunda-feira (16), entre quatro pequenos partidos opositores e o governo venezuelano. «Cabello sabotou o acordo entre eles», disse.

Segunda-feira, o governo do presidente Nicolás Maduro e quatro pequenos partidos opositores (Avançada Progressista, Soluções para a Venezuela, Movimento Ao Socialismo e Cambiemos) chegaram a um acordo para instalar uma nova mesa de diálogo.

O acordo foi assinado em Caracas, na Casa Amarilla (Ministério dos Negócios Estrangeiros), e prevê, entre outras coisas, que os deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) regressem de imediato ao parlamento (onde a oposição detém a maioria), acusado de desacato pelo regime.

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