Wall Street se torna próximo campo de batalha na guerra comercial entre EUA e China

Por Chriss Street
12 de agosto de 2019 5:46 PM Actualizado: 12 de agosto de 2019 5:46 PM

Wall Street se tornou o próximo campo de batalha na guerra comercial entre Estados Unidos e China, desde que o Senado americano ameaçou incluir na lista negra o comércio de US$ 1,5 trilhão de ações chinesas negociadas em bolsas norte-americanas.

Com as ações americanas caindo 900 pontos na Dow Jones Industrial Average depois que a China desvalorizou sua moeda, os senadores americanos Marco Rubio, Bob Menéndez, Tom Cotton e Kirsten Gillibrand estão ganhando patrocinadores para a “Garantia de informação de qualidade e transparência para os cotados no exterior em nossa Lei de Intercâmbios (Lei EQUITABLE, na sigla em inglês), que altera a Lei Sarbanes-Oxley para aumentar a supervisão de empresas chinesas e outras empresas estrangeiras cotadas nas bolsas de valores americanas por um período de três anos que não atende aos reguladores dos Estados Unidos.

A nova legislação impactaria imediatamente 156 empresas chinesas com capitalizações de mercado combinadas de aproximadamente US$ 1,5 trilhão, incluindo 11 grandes empresas estatais, que já estão cotadas nas bolsas norte-americanas, além de dezenas de empresas de tecnologia chinesas que potencialmente valem centenas de bilhões de dólares que estão alinhadas para listar na NASDAQ.

A escala do impacto das empresas chinesas cotadas nas bolsas de valores norte-americanas cresceu drasticamente após o índice Morgan Stanley Capital International (MSCI), usado como base para fundos negociados em bolsa e grandes planos de pensão para imitar passivamente o desempenho combinado de US$ 34 trilhões em ações americanas e US$ 10 trilhões em ações de empresas estrangeiras, quadruplicou sua ponderação das ações das empresas chinesas em novembro de 2018.

A medida mantém alerta a Comissão de Bolsa e Valores, e o Conselho de Supervisão Contábil de Empresas Públicas americanas que supervisionam as empresas cotadas nos Estados Unidos para evitar fraude e manipulação de mercado. Eles divulgaram uma advertência conjunta em 7 de dezembro de que Pequim desafia sistematicamente tal supervisão argumentando que a lei chinesa exige que os registros permaneçam na China, e o Partido Comunista restringe rotineiramente o acesso a informações contábeis por razões de segurança nacional e sigilo de Estado.

O “reequilíbrio” do MSCI foi atribuído a uma queda de 20% nos preços das ações nos Estados Unidos no final de 2018, e um aumento de quase 40% nas ações chinesas nos primeiros meses de 2019.

Preocupações sobre a autenticidade das divulgações financeiras de empresas chinesas foram destacadas pelo Epoch Times em um relatório divulgado no final de julho, que mostra que os Contadores Públicos Certificados de Ruihua, a segunda maior firma de contadores públicos na China e responsável pela auditoria de 1.000 empresas chinesas de capital aberto, foram acusados por sua própria Comissão Reguladora de Valores de serem cúmplices de um plano de três anos para aumentar os lucros do produtor de produtos químicos em apuros, Kangde Xin Composite Material, em US$ 1,7 bilhão.

Os reguladores chineses também suspenderam a conclusão de 43 ofertas públicas iniciais que dependiam de contadores públicos em Ruihua. Várias empresas planejavam cotar em conjunto a fim de negociar no novo mercado STAR de Pequim e na NASDAQ Exchange, sediada em Nova York.

Rubio argumentou em um artigo de opinião publicado no Wall Street Journal que as empresas chinesas cotadas nos Estados Unidos devem cumprir as leis e os regulamentos americanos quanto à transparência financeira e à prestação de contas. Ele declarou: “A Lei EQUITABLE deixa claro que há um preço para o regime chinês e o desprezo do Partido Comunista pelas regras de responsabilidade econômica e compromisso financeiro nos mercados de capitais internacionais”.

Menéndez disse: “Isso evitará que as empresas chinesas se escondam atrás dos esforços do Partido Comunista para tirar proveito de nossos mercados de capital, mantendo as informações contábeis. Os investidores americanos confiam que tanto as empresas que cotizam em bolsas estrangeiras quanto nas domésticas têm o mesmo padrão, e a Lei EQUITABLE proporcionará isso.”

Cotton acrescentou: “O Partido Comunista Chinês protege suas preciosas empresas das auditorias financeiras e da prestação de contas e, no entanto, permitimos que essas empresas negociem nas bolsas de valores dos Estados Unidos”.

Fraser Howie, co-autor de “Capitalismo Vermelho: A Frágil Fundação Financeira da Ascensão Extraordinária da China”, aponta que a administradora de fundos americana BlackRock tem cerca de US$ 3,3 bilhões de dólares de investidores em fundos cotados na bolsa de Hong Kong vinculados a ações nacionais chinesas, além de uma série de fundos mútuos focados na China. Sob a regra das listas negras do EQUITABLE, a Black Rock teria que se livrar de todas as ações.

Do ponto de vista da estratégia geopolítica americana, a consultora Enodo Economics acredita que a Lei EQUITABLE mostra as conexões de capital da China em um esforço para “exercer pressão de elite” sobre o líder chinês Xi Jinping.

O maior benefício das listas de ações no exterior para as elites empresariais chinesas e seus aliados políticos tem sido colocar bilhões de dólares em ativos além dos controles de capital na China. Livres da vigilância do Partido Comunista, os cotados no estrangeiro facilitaram a fuga de capitais e “sem dúvida proporcionaram grandes oportunidades de recompensas e favores”, como diz o editorial de julho do Nikkei Asian Review.

O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do Epoch Times

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