A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, manifestou sua intenção de convocar uma cúpula política com o objetivo de evitar a dispersão do voto, oferecendo um processo democrático com todas as garantias e formando uma frente comum contra o Movimento ao Socialismo (MAS) de Evo Morales.
Sua intenção, disse ela durante uma entrevista à Televisión Universitaria, é impedir que o dia «20 de outubro» aconteça novamente, quando várias irregularidades foram descobertas durante as eleições.
«Mais do que reformas constitucionais, que eu acho que não corresponderiam neste momento, porque este é um governo curto, o que eu acredito é que devemos cuidar do processo», disse Añez, de acordo com jornais locais.
Leia também:
Bolívia expulsa embaixadora do México e dois diplomatas espanhóis
Nessa linha, ela insistiu que seus planos passem por «uma cúpula de líderes políticos» para tratar da situação no país.
«Porque acho que há um objetivo comum entre os bolivianos, porque não queremos a dispersão dos votos, não queremos que o 20 de outubro aconteça novamente», disse ela, alertando que os bolivianos estarão vigilantes para que sejam realizadas eleições livres, transparentes e com todas as garantias democráticas.
Áñez também pediu que as “pititas”, apelido dado às jovens que se mobilizaram contra o ex-presidente Morales, permaneçam vigilantes, porque muitos candidatos podem se apresentar.
Unir a sociedade boliviana
«Que os políticos não se equivoquem também, porque as ruas exigirão unificação e exigirão que o processo não corra riscos, porque isso seria a pior coisa que poderia acontecer conosco», acrescentou.
Uno de los objetivos de este Gobierno fue el fortalecimiento de la democracia, es por eso que hemos elaborado el proyecto de Ley de Debate obligatorio entre candidatos, de esta manera se garantizará que la ciudadanía conozca las propuestas de todos los candidatos. pic.twitter.com/PHvzObSgcT
— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) December 31, 2019
Entre os oponentes do MAS, duas grandes alianças se apresentam. De um lado, Carlos Mesa e Gustavo Pedraza, do Comunidad Ciudadana, e outra candidatura promovida pelos líderes Luis Fernando Camacho e Marco Pumari.
A chefe provisória do executivo boliviano confirmou que não se canditará para as eleições de 2020 porque, segundo ela, não seria justo ou honesto por causa de sua posição no governo.
No entanto, ela espera que sua passagem pelo governo permita que ela seja lembrada como «a presidente da reconciliação», enquanto seu objetivo é unir os diferentes setores da sociedade.
Que este 2020 sea el año de la Reconciliación entre los Bolivianos, que la lucha Historica que nos unió en las calles nos mantenga juntos como un solo País.
¡Feliz Año Nuevo mi Bolivia! pic.twitter.com/zOyzyB9OLi— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) January 1, 2020
Partido MAS ainda não apresentou seu candidato
O MAS, no entanto, ainda não anunciou quem será seu candidato às eleições. A legislação boliviana proíbe Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, de serem candidatos à presidência do governo boliviano.
Apesar dessas restrições, o ex-presidente continua fazendo campanha política na Argentina, onde vive asilado, e continua a ser o chefe da campanha do MAS.
Nesta quinta-feira (2), Morales anunciou que havia se reunido com uma delegação política de Cochabamba, que viajou a Buenos Aires para mostrar seu apoio ao ex-presidente.
Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando
¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.