A China suspendeu seu plano de implementar em 2020 uma mistura de gasolina com 10% de etanol em todo o país devido à queda nas reservas de milho e à capacidade limitada de sua produção, de acordo com a Reuters.
«A decisão foi tomada após a realização de um estudo mais aprofundado, que sugere que qualquer promoção de gasolina com etanol deve se basear na condição prévia de que a segurança alimentar seja garantida», disse uma fonte referindo-se ao declínio nas reservas de milho, de acordo com a Reuters.
De acordo com o relatório de 2019 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), “em 13 de setembro de 2017, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC), a Administração Nacional de Energia ( NEA), o Ministério das Finanças e 12 outros Ministérios anunciaram em conjunto um “Plano para a implementação da expansão da produção de etanol e a promoção do combustível para o transporte”.
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«De acordo com o plano, a China alcançará o uso nacional de 10% de etanol (E10) até 2020», disse ele.
O E10 foi criado para controlar as enormes reservas de milho na China e reduzir a poluição dos carros, disse a Reuters.
No entanto, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC, na sigla em inglês) disse em uma reunião no final de dezembro de 2019 com produtores de etanol e petroleiros que o fornecimento de biocombustível seria interrompido, exceto nas províncias em que que misturas completas ou parciais foram implementadas, segundo informou a Reuters.
Segundo um especialista do governo em setembro de 2017, as reservas de milho caíram de 200 milhões de toneladas para 56 milhões, informou a Reuters.
Além disso, produtores, comerciantes e analistas apontaram que o plano desacelerou ou estagnou devido às poucas novas fábricas construídas para produção.
«Há uma grande escassez de capacidade de produção e em poucos lugares foram feitos progressos (com o lançamento do mandato)», disse Michael Mao, analista da Sublime China Information.
“Acho que a promoção diminuiu. Podemos ter que esperar até depois de 2020”, disse Mao.
Um dos pontos do relatório do USDA afirma que, se a China não quiser depender das importações, “terá que expandir a produção de etanol combustível de 12,67 para 19 bilhões de litros (10 a 15 milhões de toneladas).
«Mesmo que os atuais projetos de etanol combustível aprovados na China aumentem a capacidade em 2,66 bilhões de litros por ano (2,1 milhões de toneladas) e entrem em operação em 2020, a produção adicional não cobrirá a demanda nacional de E10 em 2020», acrescenta o documento do USDA.
A suspensão do plano afeta as exportações do Brasil e dos Estados Unidos.
Em agosto de 2019, o Brasil tentou participar do mercado de etanol na China, apesar de uma fonte do comerciante de commodities COFCO ter dito à Reuters na época que era improvável que a mistura de combustível planejada fosse implementada.
«A implementação tem sido lenta… O E10 foi feito apenas em algumas regiões por enquanto», disse a fonte pedindo para não ser identificada porque não está autorizada a falar publicamente sobre o assunto.
Os EUA exportaram cerca de 20% de seu combustível para o país asiático em 2016, mas devido ao aumento nas tarifas autorizado por Pequim, as exportações começaram a declinar.
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