O sistema financeiro chinês tornou-se um refúgio monetário para líderes e empresários chavistas que estariam acumulando fortunas na Venezuela.
Uma reportagem do jornal Las Americas revelou que o país asiático não apenas cuidaria de suas relações e negócios com Nicolás Maduro, como também protegeria sua reputação diante da possibilidade de redes conhecidas de corrupção e lavagem de dinheiro que teriam ocorrido entre funcionários e empresários de ambas as nações.
A China teme uma saída aprubta do regime de seus negócios na Venezuela, porque teme também que sejam descobertos negócios sujos que surgiram do estreito relacionamento bilateral.
“Vários conglomerados comerciais do país asiático, relacionados a líderes seniores do Partido Comunista Chinês, em aliança com burocratas e empresários corruptos do Chavismo, obtiveram e desembolsaram nos últimos dez anos centenas de milhões de dólares em subornos para capturar contratos, obter informações privilegiadas e traçar negócios estratégicos, um fato que pode chegar ao topo do Politburo ”, afirma o relatório.
O jornalista Frank López Ballesteros revelou que, desde 2015, foram realizadas numerosas fraudes entre empresas chinesas e venezuelanas, nas quais as empresas usurpavam identidades e cobravam milhões de dólares em preços excessivos. Investigações em vários casos ocorreram não apenas na Venezuela, mas também nos Estados Unidos.
O jornalista explica que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do Estado chinês teria sido responsável por contratos assinados com a Venezuela, onde havia subornos e empresas que teriam saído do sistema financeiro dos Estados Unidos para o banco de Andorra.
«Algumas empresas chinesas acusadas de subornar líderes chavistas estão sob investigação pelo Principado de Andorra, com a assistência de promotores dos Estados Unidos, e uma dúzia delas são armas operacionais da China National Machinery Industry Corporation (Sinomach)», diz o relatório. .
Mas como se isso não bastasse, o jornalista também informou que «cleptocratas venezuelanos» também usariam o sistema financeiro chinês para evitar as sanções do Departamento do Tesouro. Ele diz que eles registrariam empresas em Hong Kong ou na China continental, além de migrarem suas fortunas para os bancos daquele país.
O medo dentro do Partido Comunista Chinês é que Nicolás Maduro caia e leve com ele todos os negócios lícitos e ilegais que foram tecidos no meio do relacionamento entre os dois países, por esse motivo, o país asiático poderia estar tentando manter o regime venezuelano.
China, o «salva-vidas» de Maduro
Além da Rússia, Irã, Turquia e Cuba, a China se tornou o «salva-vidas» de Nicolás Maduro. Com empréstimos e investimentos no país sul-americano, a China ajudou a tirania a permanecer no poder e evitar sanções internacionais.
Um estudo do Instituto Kiel para a Economia Mundial revelou que o país governado por Nicolás Maduro está «à altura do pescoço» por causa das dívidas que possui com o país asiático. O que significa que a Venezuela deve à China cerca de US$ 19 114 milhões.
A investigação concluiu que a China exportou quantidades recordes de capital para o resto do mundo, o que o tornou o maior credor oficial, superando organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI). De fato, o regime de Maduro manteve o apoio do país asiático, enquanto organizações internacionais decidiram retirá-lo.
“A documentação das exportações de capital da China é, na melhor das hipóteses, opaca. A China não informa seus empréstimos oficiais. Não há dados padronizados completos sobre os estoques e fluxos da dívida externa chinesa”, diz o relatório.
Também é apontado que a prática de oferecer empréstimos à Venezuela é duvidosa. Ele explica que o país recebe empréstimos diretamente de bancos estatais chineses e normalmente é apoiado por garantias como o petróleo.
China o salva-vidas
Em agosto, poucas horas depois que o governo dos Estados Unidos emitiu novas sanções contra a ditadura e contra as empresas que apóiam o regime, eles ficaram sabendo que uma empresa chinesa ajudará Maduro a resgatar refinarias venezuelanas em troca de produtos petrolíferos.
Segundo a Bloomberg, a Wison Engineering Services Co. será a empresa de engenharia e construção química, localizada em Xangai, que tentará salvar o regime. Segundo a agência de notícias, o acordo foi alcançado no início de julho. No entanto, a China não concluiu um contrato que ganhou em 2012 para revisar a refinaria de Puerto la Cruz.
Além disso, em julho de 2018, o regime conseguiu que a China concedesse um empréstimo de cinco bilhões de dólares para, supostamente, «resgatar a produção de petróleo na Venezuela». Algo que nunca aconteceu.
Um círculo vicioso
Em novembro de 2016 Maduro assinou um acordo com a China para aumentar as exportações de petróleo bruto. O regime venezuelano e a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) concordaram com um plano de investimento de US$ 2.200 milhões que, supostamente, permitiria produzir 277.000 barris a mais de petróleo diariamente.
Também não se sabe o que aconteceu com o dinheiro recebido, uma vez que atualmente a Venezuela produz apenas 650.000 barris por dia, um número de 1945.
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Em várias ocasiões, o país asiático ameaçou parar de ajudar a Venezuela em caso de não cumprimento dos acordos binacionais. De fato, em maio de 2018, a Venezuela havia expirado o período de carência que a China havia concedido para pagar a enorme dívida que está perto de vinte bilhões de dólares. Naquela ocasião, o poder asiático deixou claro que não ofereceria nenhum alívio a Maduro se ele não começasse a pagar a dívida. No entanto, em julho do mesmo ano, ele concedeu outro empréstimo.
Este artigo foi publicado originalmente no PanAm Post.
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