Coreia do Sul é fonte de inspiração para o Brasil, diz chanceler

Sulcoreanos sinalizam investimentos com o Mercosul

Por JOSÉ ROMILDO, AGÊNCIA BRASIL
03 de septiembre de 2019 10:28 PM Actualizado: 03 de septiembre de 2019 10:28 PM

“A Coreia do Sul é fonte de inspiração permanente para o Brasil”, disse nesta terça-feira (3) o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, ao participar da celebração da passagem dos 60 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Ele afirmou que a inspiração brasileira se deve sobretudo ao brilhante desempenho coreano em dois quesitos: inovação tecnológica e educação.

De acordo com Araújo, este mês as duas nações realizam mais uma rodada de negociações visando a conclusão de um Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e aquele país asiático. Segundo ele, a percepção do mercado de que o acordo é iminente já está trazendo resultados concretos para o Brasil, por meio da sinalização de empresas coreanas de que haverá aumento de investimentos no Brasil.

Estiveram presentes ao seminário o embaixador coreano no Brasil, Chan-Woo Kim, e o vice-ministro de Assuntos Econômicos da Coreia do Sul, Yun Kang-hyeon. Kim disse acreditar que o acordo Mercosul-Coreia deverá ser fechado em meados de 2020.

Líder em inovação

Já Kang-hyeon lembrou que a República da Coreia é o país líder em tecnologias avançadas como semicondutores e TI (tecnologia da informação). Ele observou também que a Coreia foi o primeiro país a lançar o serviço comercial de 5G no mundo.

O Vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia, Yun Kang Hyeon, durante debate sobre os 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do Sul.
O Vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia, Yun Kang Hyeon, durante debate sobre os 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do Sul. – José Cruz/Agência Brasil

“Considerando que o Brasil é detentor de competitiva vantagem tecnológica na agricultura, na indústria da aviação e na ciência espacial, acredito que nossos dois países poderão lograr uma cooperação de mútuo benefício”, disse.

Para ele, essa cooperação levará os dois países a se prepararem para a próxima etapa tecnológica, também conhecida como a quarta revolução industrial.  “Nesse sentido, este seminário será uma boa oportunidade para se dar um poderoso impulso e promover, entre os dois países, uma relação orientada para o futuro”.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo, e o Vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia, Yun Kang Hyeon, durante debate sobre os 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do
O ministro, Ernesto de Araújo, e o Vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia, Yun Kang Hyeon – José Cruz/Agência Brasil

Por seu desempenho tecnológico e por sua poderosa indústria, a República da Coreia ocupa hoje a quinta posição no ranking das importações brasileiras. De janeiro a julho deste ano, o Brasil importou US$ 2,86 bilhões do país asiático. Já as exportações atingiram US$ 1,73 bilhões. Com isso, o comércio bilateral apresenta um déficit de US$ 1,12 bilhão para o Brasil. Já no ranking das exportações, a Coreia do Sul ocupa a 16ª posição.

Mercosul

Ao falar sobre os recentes acordos assinados pelo Mercosul com a União Europeia e com o EFTA (bloco de países compostos por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), o chanceler Ernesto Araújo disse que o Brasil está muito empenhado em “reconstruir sua presença no mundo”.

Segundo ele, a presença brasileira no mundo foi abalada por um longo período de estagnação. “Não foi simplesmente estagnação econômica, foi também de ideias e de autoconfiança”, disse. Para ele, o Brasil já venceu essa inércia e essa timidez. “A Coreia deve ser um parceiro fundamental para comércio e investimentos nessa nova reinserção internacional”, disse o ministro Ernesto Araújo.

O seminário sobre os 60 anos das relações Brasil-República da Coreia foi realizado no auditório do Instituto Rio Branco. A organização do evento ficou a cargo da Fundação Alexandre de Gusmão, da Embaixada da Coriea e do Itamaraty.

Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando

¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.