RECIFE, Brasil – O deputado Eduardo Bolsonaro foi indicado pelo seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, para chefiar a Embaixada dos Estados Unidos, em Washington, D.C.
Membro do Partido Social Liberal, Eduardo foi eleito para o congresso nas eleições gerais de 2018, com quase 2 milhões de votos – o maior número da história do Brasil. Ele representa o estado de São Paulo.
Eduardo é visto como uma boa escolha, pois é amigo da administração Trump. Ele é um aliado do ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, e participou de um evento com Eric Trump na Flórida em fevereiro.
Ele recebeu elogios do presidente Donald Trump quando acompanhou o pai, em março, na primeira visita oficial do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
A nomeação necessita da aprovação da maioria dos senadores brasileiros, que atualmente estão divididos sobre a nomeação de Eduardo como embaixador dos Estados Unidos.
Se a nomeação for confirmada, Eduardo estará quebrando a tradição de apenas diplomatas de carreira serem nomeados para o cargo.
Recentemente, quando questionado sobre sua capacidade de ser embaixador dos Estados Unidos, Eduardo disse: “Tenho experiência em todo o mundo. Eu fiz um programa de intercâmbio estudantil. Eu posso falar inglês. Eu sei como fritar hambúrgueres e vi de perto o grande respeito que os americanos têm pelos brasileiros”.
Os aliados de Bolsonaro no Senado apóiam a indicação, mas seus opositores questionaram a competência de Eduardo para o cargo por causa de sua falta de experiência diplomática.
Os opositores também acusaram o presidente de nepotismo por indicar seu filho para a importante posição.
Debate
Uma defensora de Bolsonaro, a senadora Soraya Thronicke, do Partido Social Liberal, disse que a nomeação de Eduardo seria boa para o Brasil e também para o relacionamento do país com os Estados Unidos.
“Ele é um homem muito capaz para o cargo, tem bons planos para a Embaixada, terá ótimos conselheiros e também estará muito motivado para fazer um bom trabalho, por isso terá que gerar bons resultados também”, disse ela ao Epoch Times.
«Suas principais missões serão trabalhar para um novo acordo econômico com os Estados Unidos e mostrar nossa nova política econômica liberal», acrescentou Thronicke.
Para a senadora Eliziane Gama, do Partido da Cidadania, a nomeação de Eduardo é incompatível com o exercício da administração pública.
“Além do fato de que Eduardo não é um diplomata de carreira, a escolha do presidente afeta a moralidade pública e revela uma imagem negativa da política para a população. E hoje, percebo que o Senado não está satisfeito com essa indicação, o que, no meu entender, não será aceito”, disse ela ao Epoch Times.
Mas para o deputado do Senado, o senador Izalci Lucas, do Partido da Democracia Social Brasileira, a escolha do presidente é positiva.
“Eu não vejo isso como nepotismo, porque é um escritório político e não uma comissão. Além disso, Eduardo serviu na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara, tem um mandato e tem bons planos para a diplomacia”, disse ele ao Epoch Times.
Independência
Ainda não há data marcada para uma votação no Senado sobre a nomeação de Eduardo.
Elton Gomes, cientista político e especialista em relações internacionais, diz que, se a nomeação de Eduardo for confirmada, o grande desafio para ele será a adoção de uma postura independente.
«Ele pode fazer um bom trabalho como chefe da embaixada, mas existe o risco de ele assumir uma postura política partidária», disse Gomes, acrescentando que isso pode ser problemático, pois os diplomatas não devem ser partidários.
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