Uma antiga funcionária da Sony Classical se juntou a outras mulheres que acusam o tenor espanhol Plácido Domingo de comportamento inadequado, ocorrido em dezembro de 2000, segundo publicou nesta sexta-feira a revista alemã «Der Spiegel».
A mulher, de nacionalidade alemã, que não teve a identidade revelada relatou à publicação que o músico a abraçou e a beijou, após ir até a porta do quarto de hotel em que estava hospedada, após ele participar com Luciano Pavarotti e José Carreras do programa de televisão «Wetten, dass…?».
A ex-funcionária da multinacional contou que Plácido Domingo foi embora depois que ela garantiu «várias vezes» que não estava interessada.
No relato ao «Der Spiegel», a mulher disse que contou o fato a mãe, mas que não falou com companheiros de trabalho. Representantes do tenor, procurados pela revista, disseram que o artista não se lembra desse encontro e não tem nada a ver com a saída dela da Sony Classical.
Desde agosto, diversas mulheres, algumas aceitando revelar a identidade, inclusive, apontam para comportamento indevido e assédio sexual, acusações que Plácido Domingo nega.
Ópera de Dallas cancela cerimônia com Plácido Domingo após novas denúncias
A Ópera de Dallas, nos Estados Unidos, cancelou uma cerimônia que teria a participação de Plácido Domingo, em março de 2020, após uma mulher que ensina canto na Universidade Cristã do Texas se somasse a outras que acusaram o tenor espanhol de assédio ou abuso sexual.
«À luz dos eventos sobre as acusações feitas contra Placido Domingo, a Ópera de Dallas decidiu cancelar a cerimônia do dia 11 de março de 2020, onde estava previsto que atuasse», afirmou a instituição em comunicado.
A denunciante, Angela Turner Wilson, é filha de R. Gerald Turner, presidente da Universidade Metodista Meridional e irmã da atriz Jessica D. Turner.
Ontem, a Ópera Nacional de Washington indicou sua preocupação após novas acusações públicas de abuso e comportamento indevido por parte de Domingo.
Em uma nota enviada à Agência Efe, a presidente do Centro Kennedy, Deborah F. Rutter, da qual a ópera depende, e o diretor-geral da Ópera Nacional de Washington, Timothy O’Leary, expressaram seu desânimo e perturbação «após ter lido as novas acusações».
Ao anunciar sua decisão sobre a cerimônia programada para março do próximo ano, a Ópera de Dallas citou «os últimos eventos em relação às acusações contra Plácido Domingo».
Até o momento, 12 mulheres denunciaram o abuso sexual e comportamento indevido de Domingo, segundo uma informação publicada pela agência americana «Associated Press» (AP). Desde então a Orquestra da Filadélfia e a Ópera de São Francisco cancelaram seus concertos.
Angela Turner Wilson, de 48 anos, trabalhou com o tenor espanhol na peça «Le Cid», de Jules Massene, representada na Ópera de Washington durante a temporada 1999-2000, quando Domingo era o diretor artístico dessa entidade.
De acordo com o depoimento da cantora, Plácido Domingo entrou em seu camarim antes de uma apresentação e a tocou diversas vezes, um comportamento que a deixou «atônita» e «humilhada».
Por sua parte, Domingo negou as novas acusações de abuso sexual e comportamento indevido publicadas ontem contra ele, segundo um comunicado de sua porta-voz enviado à Agência Efe.
«A atual campanha da ‘AP’ para denegrir Plácido Domingo não é apenas imprecisa, como foge à ética. Estas novas acusações estão repletas de inconsistências e, como na primeira história, simplesmente são incorretas de muitas maneiras», indicou a porta-voz do tenor, Nancy Seltzer, que novamente se referiu à investigação da Ópera de Los Angeles.
«Devido a (existência de) uma investigação em curso, não comentaremos detalhes específicos, mas negamos firmemente a imagem enganosa que ‘AP’ está tentando pintar do sr. Domingo», apontou Seltzer.
No início do mês passado, a «AP» informou que nove mulheres, todas de forma anônima, com exceção de uma, denunciaram ter sofrido assédio sexual. Domingo alegou que acreditava que suas «relações» e «interações» eram «bem-vindas e de comum acordo».
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