FMI afirma que guerra comercial entre EUA e China está «cobrando seu preço»

Por EFE
08 de octubre de 2019 4:27 PM Actualizado: 08 de octubre de 2019 4:27 PM

Washington, 8 out (EFE)- A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta terça-feira que a guerra comercial entre Estados Unidos e China «está cobrando seu preço» na atividade econômica mundial, em geral, e no setor manufatureiro, em particular.

«Conversamos no passado sobre os perigos das disputas comerciais. Agora, vemos na realidade que está cobrando seu preço», afirmou Kristalina, durante seu primeiro discurso à frente do FMI.

De fato, a economista búlgara, que sucede no cargo Christine Lagarde, que será a nova presidente do Banco Central Europeu, disse que o crescimento do comércio mundial «parou quase por completo».

«Em parte devido a tensões comerciais, a atividade manufatureira e os investimentos globais enfraqueceram-se substancialmente. Existe um sério risco de que serviços e consumo possam em breve ser afetados», alertou.

A diretora do FMI argumentou que as disputas comerciais «agora se estendem por vários países e em outras questões críticas».

«Por conta das nossas economias interconectadas, muitos mais países sentirão em breve o impacto», disse.

Além disso, Kristalina Georgieva explicou que as divisões atuais em nível comercial «poderiam levar a mudanças que duram uma geração», causando quebras nas cadeias de abastecimento ou setores comerciais isolados.

«Todo mundo perde em uma guerra comercial», lembrou a economista, explicando que o efeito acumulativo dos conflitos comerciais atuais poderia significar uma perda de aproximadamente US$ 700 bilhões para 2020, ou cerca de 0,8% do PIB mundial, um tamanho comparável à economia da Suíça.

Em seu discurso, Kristalina Georgieva também defendeu um sistema de comércio global «mais moderno» para liberar o potencial «de serviços e comércio eletrônico».

Além da questão das tensões comerciais, a chefe do FMI também apontou o Brexit e questões geopolíticas como fatores da desaceleração da economia global.

«Em 2019, esperamos um crescimento mais lento em quase 90% do mundo. A economia global está agora em desaceleração sincronizada», advertiu.

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