Beirute, 8 jan – O ex-presidente da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, falou nesta quarta-feira pela primeira vez após fugir do Japão no final do mês passado, e durante um pronunciamento à imprensa em Beirute, no Líbano, disse estar sofrendo uma perseguição política, além de acusar a Nissan e a Promotoria japonesa de ataques contra ele.
«Não fugi da Justiça, mas da injustiça e perseguição política no Japão», disse Ghosn, preso em novembro de 2018 e libertado sob fiança em abril do ano passado, com suas comunicações e movimentos restritos e a proibição de deixar o território japonês.
O ex-executivo afirmou ser alvo de «ataques vergonhosos e contínuos da mídia, orquestrados por promotores japoneses e executivos da Nissan» durante sua estadia no país, onde considerou que «ele nunca deveria ter sido preso».
De maneira solene e dramática, Ghosn declarou que fugir do Japão foi «a decisão mais difícil de sua vida», mas tomou a iniciativa para «se proteger da impossibilidade de um julgamento justo nos tribunais japoneses».
O empresário, que também tem nacionalidades francesa e libanesa, é acusado de irregularidades financeiras, algo que sempre foi negado por ele e pelas quais pode enfrentar longas sentenças de prisão no Japão.
«Morro no Japão ou tenho que sair do Japão», disse Ghosn a si mesmo, como disse em entrevista coletiva, onde afirmou que não pretendia se «fazer de vítima», mas que podia, pela primeira vez, «falar livremente».
Ghosn agradeceu às autoridades libanesas «por não terem perdido a fé» nele, e afirmou que ele era um «refém de um país ao qual ele dedicou sua vida profissional».
O empresário fugiu do Japão para o Líbano, onde chegou no final de dezembro, em um avião particular da Turquia.
Cómo puede usted ayudarnos a seguir informando
¿Por qué necesitamos su ayuda para financiar nuestra cobertura informativa en Estados Unidos y en todo el mundo? Porque somos una organización de noticias independiente, libre de la influencia de cualquier gobierno, corporación o partido político. Desde el día que empezamos, hemos enfrentado presiones para silenciarnos, sobre todo del Partido Comunista Chino. Pero no nos doblegaremos. Dependemos de su generosa contribución para seguir ejerciendo un periodismo tradicional. Juntos, podemos seguir difundiendo la verdad.