Beirute, 7 jan – O embaixador do Japão no Líbano, Takeshi Okubo, pediu mais cooperação ao presidente libanês, Michel Aoun, no caso do brasileiro Carlos Ghosn, que fugiu na semana passada para o país, para «evitar consequências negativas» nas relações entre os países e preservá-las, informou a presidência libanesa.
«O Japão e seu povo estão muito preocupados com o caso de Carlos Ghosn, principalmente pela maneira como ele deixou o Japão e entrou no Líbano», disse o diplomata japonês, segundo comunicado divulgado pela presidência libanesa.
Ele pediu ao presidente Aoun «mais colaboração nesse sentido para evitar consequências negativas nas relações de amizade», uma vez que o diplomata japonês disse que está fazendo «esforços intensos para preservar as relações entre os dois povos e Estados».
Essas declarações foram feitas após o encontro entre os dois no palácio de Baabda, residência oficial do governo libanês, segundo o comunicado.
Já a Embaixada do Japão no Líbano emitiu uma declaração na qual não comenta sobre essas «consequências negativas», mas fala sobre cooperação.
«O embaixador Okubo declarou que a saída ilegal do acusado Carlos Ghosn do Japão e sua chegada ao Líbano é profundamente lamentável e não pode ser negligenciada. Ele pediu que o governo libanês que forneça toda a cooperação necessária, além de descobrir os fatos por trás do caso», observa a nota da legação.
Ainda de acordo com a nota, o presidente Aoun de defendeu afirmando que seu governo «não participou do caso e declarou que não poupará esforços para fornecer cooperação incondicional».
Em uma reunião anterior hoje, com o coordenador da ONU no Líbano, Jan Kubis, o presidente libanês disse que o país «mantém a segurança de todos os seus cidadãos, residentes ou presentes em seu território, sem discriminação», sem fazer referência a Ghosn, informou a Agência Nacional de Notícias «ANN».
O ex-presidente da Nissan, de 65 anos, que também tem cidadania libanesa e francesa, fugiu do Japão através do aeroporto de Osaka, aproveitando-se de uma falha de segurança no rastreamento de bagagens superdimensionadas em terminais de aeronaves privadas.
O empresário está em Beirute, onde planeja dar uma entrevista coletiva amanhã, na qual ele deve dar detalhes sobre sua fuga e das acusações, no que será sua primeira aparição diante dos jornalistas desde que ele foi preso pela primeira vez, em novembro de 2018.
Líbano e Japão não têm um acordo de extradição, portanto o Governo de Beirute assegurou que a lei libanesa será aplicada caso receba um pedido de extradição das autoridades japonesas, seria estudado essa possibilidade com base nas relações bilaterais.
Por enquanto, a Promotoria do Líbano recebe um «alerta vermelho» da Interpol, solicitando que as autoridades prendam de forma preventiva o fugitivo da Justiça japonesa.
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