A meio-soprano Patricia Wulf, uma ex-cantora de ópera que acusou Plácido Domingo de assédio sexual, confirmou suas acusações nesta terça-feira e disse contar com uma testemunha do suposto comportamento inadequado do tenor espanhol.
«O meu relato do que aconteceu é verdadeiro», disse à Agência Wulf, de 61 anos, que assegura ter cantado «em múltiplas ocasiões» com Plácido Domingo na Ópera Nacional de Washington, instituição da qual o cantor espanhol foi diretor artístico e diretor-geral.
«Tenho uma testemunha que respaldará tudo isto», acrescentou a artista aposentada, que não quis dar mais detalhes do caso porque, disse, «é muito difícil falar sobre isso».
Em entrevista à agência Associated Press (AP), Wulf afirmou que «cada vez que saía do palco», Domingo a esperava, se aproximava e sussurava: «Patricia, tem que ir para sua casa esta noite?».
Pelo menos outras oito mulheres – sete cantoras e uma dançarina – formularam acusações similares contra Domingo, mas Wulf foi a única que permitiu ser identificada.
Domingo, de 78 anos, disse em comunicado à AP que sempre acreditou que todas suas «interações e relações» com mulheres foram «pactuadas» e que as «alegações» de «indivíduos anônimos aconteceram pelo menos de 30 anos atrás» e são «profundamente preocupantes» e «inexatas».
«Reconheço que as normas e padrões da atualidade são muito diferentes do que eram no passado», acrescentou o artista.
Wulf, que agora é uma agente de bens imobiliários, vive na área de Winchester com seu marido.
«Dou o passo adiante agora porque espero que possa ajudar outras mulheres a falerem publicamente ou a serem suficientemente fortes para dizer ‘não'», declarou Wulf, que afirmou que após vários incidentes de assédio, em 1991 consentiu ter relações sexuais com Domingo.
Festival de Salzburgo apoia Plácido Domingo
A presidente do Festival de Salzburgo, Helga Rabl-Stadler, apoiou nesta terça-feira Plácido Domingo.
«Conheço Plácido Domingo há mais de 25 anos. Desde o princípio me impressionou, junto com sua capacidade artística, os seus modos respeitosos com todos os trabalhadores do Festival», afirmou Rabl-Stadler em comunicado enviado à Agência Efe.
A presidente disse que Plácido Domingo «conhece todos os nomes, e agradece a cada pequena ajuda».
A presidente justificou a decisão de manter as apresentações porque para ela sempre rege o princípio de «In dubio pro reo», o princípio que diante da falta de provas se deve favorecer o acusado.
«Considero objetivamente incorreto e humanamente irresponsável fazer um julgamento definitivo neste momento e adotar decisões sobre essa base», indicou a responsável do Festival sobre a atuação de Domingo.
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