Na ONU, Duque acusa Venezuela de integrar rede internacional de terrorismo

Por EFE
25 de septiembre de 2019 6:32 PM Actualizado: 25 de septiembre de 2019 6:32 PM

Nações Unidas, 25 set (EFE)- O presidente da Colômbia, Iván Duque, acusou nesta quarta-feira, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, o governo da Venezuela de fazer parte da rede internacional de terrorismo pelo suposto apoio dado a diferentes grupos armados ilegais.

«Senhoras e senhores, é o momento de chamar as coisas pelo nome. A ditadura venezuelana é um elo a mais na rede do terrorismo transnacional. Suas estruturas corruptas servem aos cartéis da droga, seus bispos são seguidores da máfia e alimentam a violência na Colômbia, dão refúgios a assassinos e violadores de crianças. E os que ignoram esses opróbrios são cúmplices da ditadura», acusou o presidente colombiano.

Duque aproveitou o discurso para anunciar que entregará à presidência da Assembleia Geral e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, um dossiê de 128 páginas com provas de que Nicolás Maduro está apoiando grupos armados ilegais colombianos.

«Meu governo tem provas indubitáveis e contundentes que corroboram o apoio da ditadura a grupos criminosos e narco terroristas que operam na Venezuela para atentar contra a Colômbia», disse Duque.

O presidente colombiano evitou falar diretamente sobre os ex-integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) que decidiram volta à luta armada no fim de agosto, mas afirmou que também apresentará à ONU uma lista com 20 criminosos que traíram a generosidade do país no acordo de paz com a antiga guerrilha.

«Também revelamos a localização de mais de 1,4 mil homens pertencentes aos blocos mais perigosos do ELN (Exército de Libertação Nacional) e 207 situações controladas por essa organização criminosa no território venezuelano», continuou Duque.

Como parte das provas, o presidente da Colômbia citou os depoimentos de cidadãos venezuelanos que fugiram do país e que se queixam da presença do ELN, assim como a existência de campos de treinamento e de aeroportos usados pelos narcotraficantes.

«A Venezuela tornou-se terra fértil para estruturas delitivas aliadas ao ELN que não conhecem fronteiras», disse Duque, acusando Maduro de dar abrigo aos líderes da guerrilha.

Apesar das denúncias, Duque prometeu que não transformará a Colômbia em um país agressor e não cairá nas «insinuações belicistas» feitas pelo regime chavista para provocá-lo, citando como exemplo os recentes exercícios militares ordenados por Maduro na fronteira.

«A Venezuela precisa do fim da usurpação, da instalação de um governo de transição para a democracia, a convocação de eleições verdadeiramente livres e a recuperação do império da lei», defendeu.

Duque comparou os crimes dos quais Maduro é acusado com os de Slobodan Milosevic, ex-presidente da antiga Iugoslávia, e pediu aos participantes da Assembleia Geral da ONU que não sejam testemunhas da dor enfrentada pelos cidadãos venezuelanos.

«Para 16 países da América Latina é evidente que a ditadura (chavista) está violando as obrigações restabelecidas na resolução 1373 de 2001 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. (…) De maneira contundente, reafirmamos que o conjunto dessas atividades criminadas, associado à crise humanitária gerada pela deterioração da situação política, econômica e social da Venezuela, representa uma ameaça para a manutenção da paz e da segurança no continente», argumentou o presidente da Colômbia.

A resolução 1373 foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para ampliar o combate ao terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

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