ONU registra 77 ex-guerrilheiros das Farc assassinados em 2019

Por efe
31 de diciembre de 2019 3:27 PM Actualizado: 31 de diciembre de 2019 3:27 PM

Bogotá, 31 dez – O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou nesta terça-feira que pelo menos 77 ex-guerrilheiros das Farc foram assassinados na Colômbia neste ano, elevando para 173 o total desde que a paz foi assinada com o governo, em novembro de 2016.

«O número total de assassinatos desde a assinatura do Acordo Final de Paz agora é de 173, além de 14 desaparecimentos e 29 tentativas de homicídio», diz o documento publicado em Bogotá e que será apresentado ao Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque no dia 13 de janeiro de 2020.

No relatório, Guterres reitera o pedido por «medidas mais eficazes para proteger a vida dos ex-combatentes, especialmente levando em conta que 2019 foi o ano mais violento para os ex-membros».

O documento, que faz um balanço dos progressos realizados na implementação do acordo de paz em relação à reincorporação econômica, social e política dos membros das Farc no último trimestre do ano, tem uma grande parte dedicada à situação de segurança dos antigos guerrilheiros.

Durante o período analisado, de 27 de setembro a 26 de dezembro de 2019, «a Missão de Verificação verificou 20 homicídios de ex-membros das Farc, somando 77 homicídios em 2019, 65 em 2018 e 31 em 2017».

Entre esses crimes, se destaca como «particularmente preocupante» o de Alexander Parra Uribe, conhecido como «Rodolfo Fierro», assassinado no dia 24 de outubro no antigo Espaço Territorial de Capacitação e Reincorporação (ETCR) de Mesetas, no departamento de Meta (centro).

Parra Uribe era «um líder respeitado» naquele território e foi «o primeiro assassinato a ocorrer dentro do perímetro de proteção de um antigo ETCR», lembrou a ONU.

«Apesar das melhorias gerais na segurança desde a assinatura do acordo de paz, os numerosos casos que continuam a ocorrer em algumas regiões confirmam o desafio ainda pendente de estabilizar os territórios», acrescenta o documento.

Essa tarefa é especialmente necessária «em áreas onde a presença limitada do Estado deixou vazios institucionais e onde a falta de oportunidades econômicas os deixou vulneráveis às economias lícitas».

O relatório também observa que, desde a assinatura do acordo de paz, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos «verificou 303 assassinatos de defensores dos direitos humanos e líderes sociais, 86 deles em 2019 (incluindo 12 mulheres)».

«O secretário-geral da ONU enfatiza que a segurança dos líderes sociais e defensores dos direitos humanos, assim como dos ex-combatentes, está intrinsecamente ligada à segurança de suas comunidades», acrescenta o texto.

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