Operação da PF investiga propina da J&F para Renan e mais 9 senadores

Assessoria do senador alagoano Renan Calheiros negou que o ex-presidente do Senado tenha sido alvo de operação

05 de noviembre de 2019 1:43 PM Actualizado: 05 de noviembre de 2019 1:43 PM

Por Diário do Poder

A Polícia Federal (PF) cumpre desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (5) mandados judiciais de busca e apreensão e medidas de sequestro de bens em vários estados, na Operação Saldo Negativo. A ação que ocorre em vários estados tem como alvos os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), e investiga um esquema de propina envolvendo um total de dez senadores e mais de R$ 40 milhões da J&F.

A operação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator de inquéritos da Operação Lava Jato. E se refere ao Inquérito 4707, aberto em maio do ano passado no Supremo para investigar supostos repasses milionário da J&F a políticos do MDB durante a campanha eleitoral de 2014.

A ação da PF mira supostos operadores do repasse. E envolve uma empresa de consultorias tributárias que apresentava comprovantes de crédito e débito para pagar dívidas tributárias.

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Ambos os senadores foram intimados a depor hoje, pelo delegado da PF Bernardo Guidali Amaral, sobre o teor das investigações. E o senador Eduardo Braga está neste momento na liderança do MDB, aguardando a PF para depor.

O Inquérito 4707 também tem como investigados os senadores Dário Berger (MDB-SC) e Jader Barbalho (MDB-PA); o ex-presidente do Senado Eunício Lopes (MDB-CE); o ex-senador e ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho; o ex-ministro dos governos petistas Guido Mantega; e o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB).

A investigação tem como ponto de partida as delações da J&F e de Sérgio Machado, da Transpetro. Mas também cita relatos do ex-ministro Antônio Palocci, que apontou Renan Calheiros como interlocutor dos senadores do MDB beneficiados por uma conta aberta para o PT, junto a Joesley Batista, da J&F.

Nos depoimentos, Sérgio Machado disse ter chegado ao conhecimento dele que a JBS, empresa do grupo J&F, faria doações à bancada do MDB do Senado em 2014 no valor de R$ 40 milhões, a pedido do PT.

Machado afirmou que a doação beneficiaria os então senadores do PMDB: Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR), Eunício Oliveira (CE), Vital do Rêgo (PB), Eduardo Braga (AM), Edison Lobão (MA), Valdir Raupp (RO) e Roberto Requião (PR), “dentre outros”. A PGR retirou da investigação Jucá, Lobão e Requião; e acrescentou Guido Mantega e Hélder Barbalho.

Ricardo Saud relatou à PGR que houve pagamento de aproximadamente R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT. Ressaltando que, apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, “tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos”.

Por meio de nota, a assessoria do senador alagoano negou que o ex-presidente do Senado tenha sido alvo de operação: “Senador Renan não foi alvo de operação. Não há busca e apreensão, como também não há qualquer determinação a ser cumprida nas dependências do Congresso. Entregaram uma simples intimação para prestar esclarecimentos. Nada mais que isso”.

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