Bruxelas, 10 jan – O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta sexta-feira que o avião ucraniano que caiu perto de Teerã com 176 pessoas a bordo «pode ter sido derrubado» pelos sistemas de defesa aérea do Irã, e pediu uma «investigação exaustiva» com a cooperação do governo iraniano.
«Não vou entrar em detalhes sobre as nossas informações, o que posso dizer é que não temos razões para não acreditar nos relatórios que vimos de diferentes capitais de aliados da Otan. Expressaram preocupação com a informação de que o avião pode ter sido abatido pelos sistemas de defesa aérea iranianos», disse o político norueguês ao chegar a uma reunião de ministros da União Europeia (UE) em Bruxelas.
Segundo Stoltenberg, «é exatamente por isso que é necessária uma investigação minuciosa, esclarecer todos os fatos e ter total cooperação do lado iraniano em tal investigação».
Estados Unidos, Canadá, Holanda e Luxemburgo, todos membros da aliança, destacaram que o incidente envolvendo o voo 752 da Ukrainian International Airlines pode ter ocorrido devido ao disparo acidental de um míssil pelo Irã, o que é negado pelo governo iraniano, que solicitou provas que comprovem a teoria.
A queda do avião teria ocorrido poucas horas após o ataque lançado por Teerã contra duas bases no Iraque que abrigavam tropas americanas, uma retaliação ao assassinato do general iraniano Qasem Soleimani em operação dos EUA em Bagdá.
«É importante que estabeleçamos todos os fatos com uma investigação exaustiva e transparente. Peço para que o Irã contribua para isso», acrescentou.
Stoltenberg ressaltou que houve «uma redução das tensões na região» nas últimas horas, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou novas sanções econômicas em vez de continuar com a ação militar contra o Irã.
«Temos que construir em cima disso e reduzir as tensões. Um conflito no Oriente Médio não é do interesse de ninguém», enfatizou.
O secretário-geral também mencionou a necessidade de continuar a apoiar o Iraque, onde a Otan mantém tropas para treinar forças de segurança contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Stoltenberg deixou claro que manter essa missão é importante porque «o EI pode voltar» e «a melhor ferramenta na luta contra o terrorismo internacional é treinar as forças locais».
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