O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse nesta quinta (22) que o ex-secretário especial da Cultura, Henrique Pires, “criou um enredo para justificar uma saída que era inevitável” e que “não há censura” no país. Pires foi demitido por Terra ontem (21), mas aguarda publicação da exoneração.
“Ninguém é proibido de fazer nada no Brasil. Pode fazer qualquer filme em qualquer lugar. Agora, se vai envolver recurso público, nós [governo federal] temos o direito de opinar sobre os temas que são importantes”, afirmou Terra a jornalistas após palestrar para empresários em evento do Grupo Voto em São Paulo.
“Se tem um filme que trata da história do Brasil e outro que trata de outro tema, o governo tem que decidir”, disse o ministro. “O governo pode propor os temas. Por que eles têm que ser propostos por um funcionário do governo passado e nós temos que aceitar tudo? Não podemos ser obrigados a comer num prato feito no governo passado.”
Terra avalia que não houve censura na ação de suspender um edital com séries de temática LGBT. O chamamento havia sido criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. E o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro instaurou procedimento para apurar a notícia de veto a projetos audiovisuais com temática LGBT.
“O edital será relançado. Nós vamos rediscutir que temas vão ter nele”, contou Terra, sem confirmar se o novo texto contemplará produções com temas LGBT. “Pode ser e não ser. Não tenho nada contra. Só quero saber se tem alguma coisa que é mais prioritária do que isso.”
“Quem paga os recursos do cinema brasileiro, os recursos públicos, é a sociedade. Então nós temos que ver os temas que interessam à sociedade”, disse o ministro.
A suspensão do edital culminou na saída de Henrique Pires da secretaria especial da Cultura, subordinada ao Ministério da Cidadania. Segundo o ministro, porém, os episódios não são relacionados. “Ele não tem o perfil para a gestão da secretaria”, diz Terra.
“[A saída de Pires] Não teve nada a ver com o episódio do edital. O que houve é que o secretário não estava desempenhando. Não estavam andando os programas de municipalização, e eu estava cobrando isso há tempos. Estava tudo muito lento ali na secretaria, e nós estamos correndo contra o relógio.”
“Eu fiquei surpreso [com a atitude de Pires]. Fui surpreendido pela notícia na imprensa. Ele nunca falou nada sobre isso [censura]. Pelo contrário, apoiou todas as medidas que estavam tomando”, diz. “Todas as discussões que nós tivemos sobre cinema, teatro e tal, ele participou e apoiou. (Com informações da Folhapress)
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