Washington, 18 out – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que alguns governos europeus estão dispostos a receber de volta cidadãos de seus respectivos países presos por integrar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
«Acabo de ser notificado que alguns países europeus agora estão dispostos, pela primeira vez, a receber combatentes do EI que vêm dessas nações. Isso é uma boa notícia, mas eles deveriam tê-los recebido quando nós os capturamos. Em qualquer caso, é um grande progresso», escreveu Trump no Twitter.
….I have just been notified that some European Nations are now willing, for the first time, to take the ISIS Fighters that came from their nations. This is good news, but should have been done after WE captured them. Anyway, big progress being made!!!!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 18, 2019
Questionados pela Agência Efe, a Casa Branca, o Departamento de Estado e o Pentágono não esclareceram a que países o presidente se referiu no Twitter. Caso a notícia se confirme, a decisão representaria uma grande guinada na política adotada pela Europa até agora.
Além disso, Trump explicou que tinha conversado por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e que ouviu que há o desejo por parte dos turcos de que o cessar-fogo estabelecido ontem funcione.
«Ele (Erdogan) quer que o cessar-fogo funcione. Do mesmo modo, os curdos também o querem e que uma solução definitiva ocorra. Há boa vontade das duas partes e uma boa oportunidade de sucesso», afirmou o Trump.
Sem dar detalhes, o presidente americano ainda disse que os combatentes do EI presos no nordeste da Síria estão duplamente protegidos pelos curdos e pela Turquia.
O governo dos EUA pediu em repetidas ocasiões que os países da União Europeia (UE) recebessem de volta jihadistas europeus que são mantidos em presídios no norte da Síria sob a custódia das Forças da Síria Democrática (SDF), uma aliança armada liderada pelas milícias curdas.
Desde que a Turquia lançou uma ofensiva contra as milícias curdas no dia 9 de outubro, os curdos tiveram que reduzir o número de soldados que protegem essas prisões. Além disso, eles suspenderam todas as atividades contra o grupo terrorista para se concentrar na resposta aos ataques turcos.
Segundo as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), que lideram a SDF, há cerca de 12 mil prisioneiros do EI sob o controle do grupo. Entre eles há combatentes de diferentes nacionalidades, como espanhóis, franceses, alemães, belgas e britânicos.
Como até o momento os países europeus se recusaram a recebê-los de volta, alguns dos jihadistas foram julgados no Iraque. A Human Rights Watch (HRW) diz que houve julgamentos fraudulentos e que alguns menores de idade receberam as mesmas penas que os adultos.
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